Caixa Cultural de São Paulo – São Paulo (2003)
Safári surgiu, em 2003, da sensação de que fotografar apenas o que estava fisicamente à minha frente não era suficiente para saciar minha vontade de criar imagens.
Por que, então, eu não deveria incluir no meu campo de visão o mundo virtual, que contém infinitas imagens e nos oferece tudo o que já foi registrado de alguma forma pelo homem?
Os fotógrafos trabalham o tempo todo com recortes da realidade, criando e mostrando aos outros apenas o que querem. Agora, eu poderia trabalhar com o recorte do recorte, a leitura da leitura.
Como primeiro resultado dessas ideias, realizei um safári fotográfico por programas de vida animal. Postado em frente à TV, com a câmera em um tripé, eu aguardava a aparição das imagens e as capturava em filme. A etapa seguinte foi cortar as imagens de forma a evitar os logos dos canais de televisão. Por fim, as fotografias selecionadas foram ampliadas em grande formato, permitindo a percepção da trama que formava a tela da TV.